Platão e Chesterton e a totalidade do homem
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Resumo
É possível unir Chesterton e Platão em seu mútuo desejo de compreender o ser humano em totalidade, reconhecendo a diferença metodológica e teórica de ambos. A filosofia, na acepção de Platão, seria uma postura de indagação profunda e não manipuladora de dados objetivamente postos ou que o uso da razão não se poderia impor de modo alijado de uma experiência de vida. Ser filósofo é o homem que se dispõe na busca e prática da virtude, do Bem e do Uno; busca da unidade como integração humana, não se contentando apenas com sua multiplicidade enquanto ente. Chesterton, em que pese não ser um filósofo, se aproxima de Platão por afirmar que o homem integral deve perceber sua realidade transcendente e não meramente material. Uma aproximação com a noção de totalidade é, de fato, o que interessa sobremaneira ao autor inglês, quanto à sua antropologia e noções éticas: parece querer recuperar a categoria ser humano em toda sua dimensão – tanto em sua condição natural quanto espiritual – e em seus fundamentos. A herança platônica em Chesterton ecoa pela herança cristã, e sua intenção parece ser uma apologia cristã de recuperação da totalidade do homem, que fora fragmentado pelas conquistas modernas.
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